sábado, 20 de dezembro de 2008

Futuro da Saúde da Humanidade

Algumas ideias pertinentes no atinente ao Futuro da Saúde da Humanidade:

(A) Com efeito, jamais pode existir uma conclusão definitiva acerca dos problemas da Saúde-doença, visto que a Evolução humana e sociológica se transmuta incessantemente.

De consignar, que até às guerras de 1914-1918 e de 1939-1945, o “problema mundial”, no domínio da Saúde não se colocava nos termos em que se entende presentemente. A “crise mundial da Saúde” é uma consequência (como, aliás, a explosão demográfica, a urbanização e a desnutrição) da situação social actual. O direito à Saúde de todos os seres humanos, sem excepção, inscrito na Carta da Organização Mundial de Saúde (OMS), está longe de ser atingido, sendo que, cada dia que passa, se afasta do objectivo almejado.

(B) Efectivamente, a Saúde não é um elemento isolado, no âmbito da vida social humana. De feito, quando se pretende estudá-la num contexto isolado, as experiências estão, ab initio, condenadas ao fracasso e malogro. Sim, efectivamente a Saúde releva mais de uma reflexão colectiva sobre a finalidade e a organização da Vida em sociedade do que uma mera terapêutica médica ou de uma intervenção cirúrgica isolada. Aliás, nenhuma potência “outorgará” um direito à Saúde mesmo se a Saúde for um “direito” para o homem. Todo ser deve decidir viver em boa saúde, conservando e afinando o seu “património biológico”, o seu meio ecológico e social.

(C) Não existe, na verdade, direito à Saúde para todos no futuro sem a participação de todos e da população no seu conjunto (no seu todo, evidentemente). Assumidamente, Participação e Solidariedade são os conceitos chaves de toda nova démarche para a Saúde. Eis porque, as conexões entre as soluções técnicas e a participação fundamental na base estão no cerne do novo modo de vida, consequentemente mais propício para a Saúde positiva do Homem.

(D) A Prevenção e a Educação para a Saúde podem se desenvolver na medida em que determinados aspectos do desenvolvimento actual, exercendo efeitos indesejáveis, actuam, favorecendo uma tomada de consciência colectiva. Concomitantemente, no âmbito desta dinâmica, a Prevenção médico-sanitária e social deve se desenvolver no domínio da Genética, do ambiente social e da Educação Sanitária/Educação para a Saúde.

(E) Enfim, um tanto ou quanto, em jeito de remate avisado, visto que, realmente, as Comunicações entre os povos se tornam, cada vez mais frequentes e, cada vez mais estreitas, os Problemas de Saúde assumem, hodiernamente, uma dimensão mundial e planetária. Eis porque, ipso facto, a Epidemiologia (Área da Medicina e da Higiene que se ocupa das epidemias) vai ser tão indispensável como a Medicina clínica. E, identicamente, será para a análise ecológica e sócio-económica. Donde e daí, que a Cooperação Sanitária Internacional merece, por isso mesmo, ser repensada e reorientada, de forma, a mais consentânea e consequente possível.

De sublinhar, com ênfase, que, na verdade, antes que o “novo poder” do homem sobre a Natureza torne apenas controlável por alguns, assim, elocubrando criticamente na esteira e peugada do ilustre médico francês, J.Escoffier LAMBRIOTTE, temos, então que: “il est grand temps que les conséquences éthiques et sociales de la science soient comprises et pensées non seulement par les initiés mais par tous ceux qu’elles visent et qu’elles concernent”, ou seja, obviamente, por toda a população humana.

Deste modo, identicamente, se coloca o problema da Saúde de cada um e de todos, sem excepção.

Finalmente, se as tendências económicas, políticas e sociais continuam sem variações, não haverá “Saúde para ninguém” no futuro! Hélas!...Hélas!...Hélas!...

Lisboa, 19 Dezembro 2008

KWAME KONDÉ

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