sábado, 11 de abril de 2009

Na esteira e peugada da Cultura da Paz Universal:

“Das suas espadas forjarão relhas de arados e foices a partir
das suas lanças. Uma nação não levantará a espada contra
outra nação e não mais se treinarão para a guerra.” (Is 2,4).

Não há dúvida nenhuma, que a Paz não se reduz à uma mera ausência de guerra. A Paz, para além, de ser uma construção política é, antes, outrossim e, ainda, um facto eminentemente Espiritual.
Eis porque, ipso facto, é dever dos políticos (na verdadeira acepção do termo e da expressão) organizar a Paz, ou seja: eliminar as armas de destruição maciça e manter as demais outras em nível baixo, destinar os recursos poupados com o desarmamento ao desenvolvimento consentâneo dos Povos e substituir, cada vez mais e mais, a concorrência desenfreada por uma colaboração autenticamente Positiva.
Por outro, impende sobre todos os Cidadãos Conscientes (sem excepção) o sagrado Dever, de se educarem para a Paz, respeitando o Pluralismo político, social, cultural e religioso, favorecendo o diálogo e a solidariedade, no âmbito e à escala planetária, levar um teor de vida e existência respectiva, quão sóbrio e quão despretensioso, que permita partilhar com os Outros os bens da Terra. Demais, “Não é possível que a paz subsista se, antes disso, a virtude não prosperar”, pois que, efectivamente, não há dúvida nenhuma, que a Paz é preferível à vitória.

Todavia, de consignar, outrossim, que os conflitos jamais acabarão entre os homens. De sublinhar, além disso, que a Paz perfeita só acontecerá para além da história humana. Na verdade, verdade, o Cidadão Consciente sabe que não possui soluções definitivas…Quiçá!...Hélas! No entanto, se empenha, com seriedade total, para lograr uma antecipação profética da Redenção/Vitória: “Bem-aventurados” os verdadeiros construtores da Paz Universal!...

Com efeito, a Cooperação, para ser eficaz e eficiente, não deve se desenvolver, única e exclusivamente, entre os indivíduos e entre os grupos no seio da Sociedade. Sim, efectivamente, deve ser edificada à escala internacional e, evidentemente, porque não, mesmo num âmbito Planetário. As Nações se encontram confrontadas com a Escolha, entre a cooperação e a rivalidade. Não existe argumento convincente que advoga, de molde certo, a favor de uma ou da outra atitude. De sublinhar, que, infelizmente, a rivalidade é uma forma corrente, susceptível, designadamente de conduzir, amiúde à guerra. Porém, a crise ecológica coage, ipso facto, à uma mudança do jogo tradicional da rivalidade das nações, pois que, no fundo, no fundo, não haverá sobremaneira ganhadores ou perdedores, no âmbito do desequilíbrio das regulações da Biosfera (espaço ocupado por todos os seres vivos, animais e vegetais que habitam a Terra), mesmo se o petróleo do Árctico faz sonhar as oligarquias russas e canadianas. Tudo isto, significa, que as nações possuem, por conseguinte e logicamente interesse em cooperar de modo consentâneo e pertinente. Contudo os impactos da crise ecológica seriam mais graves em relação aos países do Sul e, deste modo, os países mais ricos poderiam sentir-se tentados procurar a se adaptar, sozinhos. Enfim e, em suma: Não há dúvida nenhuma, que, no âmbito desta dinâmica, Paz e guerra possuem chances idênticas.

Todavia, o que é certo, até então, o Ambiente suscitou mais e melhor cooperação do que a guerra. Opostamente, ao lugar comum, a rivalidade para o acesso aos recursos hídricos (por exemplo) não conduziu a “guerras da água”, porém, ao contrário, conduziu, sim a cooperações eficazes e eficientes. Neste particular, abundam um cortejo interessante de bons e significativos exemplos.

Donde, efectivamente, a Escolha se encontra aberta e bem aberta, enquanto as dificuldades vão crescendo, ou seja: a competição entre Estados e a guerra, ou a procura do interesse planetário e a cooperação. Deste modo, é possível, aliás, que na desordem ascendente, a tendência criminal capitalista assume o direito sobre as forças de regulação, se apoiando nas numerosas forças armadas de que dispõem, lançando medo entre povos nos quais o fermento propalado pelo espírito novo, não teria suficientemente levedado. De consignar, com ênfase, se não se logra a impor lógicas cooperativas no seio das Sociedades, a evolução autoritária do capitalismo incitá-lo-á à agressividade, no plano internacional.

E, rematando assertivamente, ante às sombrias perspectivas, a Hora dos homens e das mulheres de “coeur”, capazes de fazer luzir as luzes do porvir, soou. Na verdade, os egrégios desafios desta Hora azada, exigem sair, sem hesitação de espécie alguma, da lógica do provento/proveito/lucro máximo e individual para criar economias cooperativas, visando outorgar o devido respeito aos Seres e ao Ambiente natural, ipso facto.

Lisboa, 10 Abril 2009
KWAME KONDÉ

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