«Le marxisme, par son universalisme et son mondialisme,
fut en quelque sorte la seconde vague de l’entrée de l’Orient
intellectuel dans la modernité. Peut-être le temps est-il
venu d’écrire et de diffuser un «manifeste mondaliste»,
un manifeste des intellectuels mondilistes. Ce manifeste
commencerait ou se terminerait par une phrase
du genre : «Intellectuels de tous les pays, unissez-vous!»
S’il est vrai qu’un spectre – celui du mondialisme – hante
La Planète, il faut créer une internationale des intellectuels.»
Gérard LECLERC, filósofo francês (n-1943), in
LA MONDIALISATION CULTURELLE.
fut en quelque sorte la seconde vague de l’entrée de l’Orient
intellectuel dans la modernité. Peut-être le temps est-il
venu d’écrire et de diffuser un «manifeste mondaliste»,
un manifeste des intellectuels mondilistes. Ce manifeste
commencerait ou se terminerait par une phrase
du genre : «Intellectuels de tous les pays, unissez-vous!»
S’il est vrai qu’un spectre – celui du mondialisme – hante
La Planète, il faut créer une internationale des intellectuels.»
Gérard LECLERC, filósofo francês (n-1943), in
LA MONDIALISATION CULTURELLE.
No Verão de 2007, principiava a crise financeira, seduzindo uma crise económica que é apenas a adaptação necessária dos nossos sistemas aos abalos da Biosfera.
Eis porque, unicamente seria pior deixar a oligarquia, perante às dificuldades, recorrer às mezinhas, à uma admoestação bronca, à reconstituição da ordem precedente. Donde, chegou, na verdade, o momento azado de sair, sem hesitação de espécie alguma, definitivamente do Capitalismo, colocando a urgência ecológica e a Justiça social no coeur (cerne) do projecto político, que se quer e se pretende ser quão progressista e quão credível, evidentemente.
Com efeito, a oligarquia prospera, a olhos vistos (de forma clara, manifesta e evidente), adentro de um sistema económico, o capitalismo, que atingiu o seu apogeu respectivo. Importa, deste modo, compreender a singularidade no atinente às suas figuras anteriores: o capitalismo mudou de regímen desde a década de oitenta do século XX pretérito. E, precisando as ideias, temos então, efectivamente, que durante estas quatro décadas em que uma geração inteira cresceu, vendo as desigualdades se desvanecer, a economia se criminalizar, a finança se autonomizar da produção material e o mercantilismo generalizado se estender pelo globo terráqueo todo. Enfim!..
Todavia, pertinente e oportuno, se impõe, consignar (com ênfase) que uma leitura puramente económica deste desenrolamento passaria ao lado do essencial. Com efeito, se o mecanismo cultural do consumo faustoso se encontra no centro/cerne da máquina económica actual, o estado da psicologia colectiva ao qual atingimos, constitui, deste facto um autêntico carburante. De feito, nas quatro décadas em questão, o capitalismo logrou impor total e abertamente o seu modelo individualista de representação e de comportamento, marginalizando as lógicas colectivas que refreavam, até então, o seu galopante avanço. De anotar, outrossim, que a dificuldade peculiar, ipso facto, inerente à geração que cresceu sob este império, é ter necessidade reinventar Solidariedades, quando o condicionamento social lhe repete, incessantemente que o indivíduo é tudo. Donde e daí, para sair desta mecânica devastadora, enformando, em substância, o capitalismo imponente, urge prioritariamente e, acima de tudo, desmontar, desarmando, concomitantemente arquétipos culturais e livrar-se do condicionamento psíquico, óbvia e absolutamente.
Enfim, não há dúvida nenhuma, que o Capitalismo se prepara para encerrar a sua efémera e curta existência que lhe resta. Após dois séculos de um impulso extraordinário, apoiado numa mutação técnica de importância comparável à que viu as sociedades de caçadores descobrir a agricultura, aquando da revolução neolítica, há milenários, a Humanidade vai se desembaraçar desta forma transitória, eficaz, porém, violenta, exuberante, no entanto, de sublinhar quão nevrótica e quão nefando.
E, rematando, de forma dialecticamente consequente, não há dúvida nenhuma, reiterando avisadamente, que podemos sair do capitalismo, dominando eficazmente todos os inevitáveis solavancos que se produzirão. Ou então, no caso contrário, estaríamos condenados a mergulhar na desordem, que uma oligarquia, encrespada e encolhida nos seus privilégios, pela sua cegueira deletéria e o seu egoísmo respectivo, ipso facto, suscitará. Eis o cerne da questão!
Lisboa, 10 Abril 2009
KWAME KONDÉ
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