sábado, 21 de fevereiro de 2009

Dia Internacional da Língua Materna - 21 de Fevereiro

O Dia Internacional da Língua Materna, proclamado pela Conferência Geral da UNESCO, em Novembro do ano de 1999, se comemora, anualmente, desde Fevereiro 2000 afim de promover a diversidade linguística e cultural, do mesmo modo que, o Multilinguismo.
De anotar, que este Evento cultural, busca fundo, a sua origem respectiva, no “Language Movement Day”, comemorado em Bangladesh desde 1952.
Por outro, esta décima Edição do Dia Internacional da Língua Materna, a ter lugar na data de 21 Fevereiro 2009, constitui, outrossim e, ainda, o ensejo para lembrar aos Estados-membros o objectivo desta comemoração: o reconhecimento da diversidade linguística e a importância respectiva de uma Educação multilingue.

Com efeito, as línguas constituem os instrumentos mais poderosos para preservar e desenvolver o Património material e imaterial. Donde e daí, que tudo o que for feito para promover a difusão das línguas maternas servirá, não só, unicamente, para encorajar a diversidade linguística e a educação multilingue, outrossim, porém, para sensibilizar mais (em maior número, mais tempo) no atinente às tradições linguísticas e culturais do Mundo inteiro e para inspirar uma Solidariedade edificada na compreensão, na tolerância e no diálogo.

E, precisando, consentânea e apropriadamente as nossa ideias, temos então que:
(A) No ano de 1999, a Conferência Geral da UNESCO adoptou a Resolução 37, recomendando medidas para a promoção do multilinguismo, inclusive, promovendo um acesso universal ao cyberespace e o multiculturalismo nas redes de informação mundiais. Enfim, vale a pena consignar, que foi no ano de 2000, que, pela primeira vez, se celebrou o Dia Internacional da Língua Materna.

Efectivamente, no ano de 1999, a 21 de Fevereiro foi declarado Dia Internacional da Língua Materna pela UNESCO. Na verdade, neste mesmo dia, em 1952, cinco (5) estudantes de Dacca deram as suas vidas, no desígnio que o Bangla fosse eleito e declarado Idioma oficial no que era, então, na época, o Paquistão Este e, que, ulteriormente tornou Bangladesh após a Guerra de Libertação.

Deste modo, numa mensagem lida no decurso da cerimónia da primeira manifestação, o Secretário-Geral das Nações Unidas, de então, Kofi ANNAN trouxe o seu apoio ao Dia Internacional da Língua Materna, tendo asseverado que se impõe, mais que nunca, incutir no Espírito de todos os Povos a força do valor das Línguas.
Reafirmando a enorme responsabilidade, que se impende sobre todos, sem excepção, na preservação da diversidade das línguas, Kofi ANNAN apelou para que todos envidassem esforços acrescidos, visando preservar as línguas, enquanto Património partilhado da Humanidade.

Não deixa de se nos afigurar pertinente, informar, no âmbito da História dos Dias Internacionais da Língua Materna, o seguinte:
--- As Celebrações do Dia Internacional da Língua Materna, nos anos 2000, 2001 e 2003, respectivamente constituíram uma óbvia ocasião para discursos e permutas de ideias conduzidos por universitários, linguistas, funcionários, associações culturais e demais outros representantes de Estados membros, sobre Temas da Cultura, da Educação e das Línguas. Identicamente, através do Mundo, numerosas actividades locais culturais tiveram lugar, designadamente a Leitura de Poesia nas escolas, exposições e exibição de peças de teatro. Outrossim e, ainda, programas de rádio e televisão produzidos por médias locais e nacionais foram emitidos e exibidos.

A Comemoração do Dia Internacional da Língua Materna se encontra na primeira fila dos esforços da Organização, visando uma promoção eficaz da diversidade linguística e da Educação multilingue. Demais, vale a pena atentar avisadamente, nos termos em que se exprimiu o Senhor Kochino Matsuura, actual Director-geral da UNESCO, aquando do Dia Internacional da Língua Materna, na data de 21 Fevereiro 2002. Ou seja : “Aujourd’hui plus que jamais, recherchons la compréhension, et la reconnaissance des autres peuples et des autres cultures en respectant leurs langues et les modes de pensée que s’expriment à travers elles."

Enfim e, um tanto ou quanto, em jeito de remate oportuno, efectivamente:
--- Uma Cultura de Paz só se pode construir num espaço, onde toda gente tem o direito de utilizar a sua Língua Materna, plena e livremente, em todas as diferentes circunstâncias da vida.

O Instituto Internacional do Teatro (IIT) apoia a Resolução da UNESCO que afirma que o reconhecimento e o respeito para com a diversidade cultural no domínio da linguagem inspiram uma solidariedade baseada na compreensão, na tolerância e no diálogo. Eis porque, obviamente toda acção que favorece a utilização das línguas maternas serve, não unicamente, para encorajar a diversidade linguística e a Educação multilingue, outrossim nos sensibiliza mais para a multiplicidade das tradições linguísticas e culturais no Mundo.
Demais, pela via da Resolução enunciada que foi adoptada pelo seu vigésimo oitavo Congresso, “”Utopia 2000”realizado em Marseille (França), em Maio de 2000, o Instituto Internacional do Teatro se associa à UNESCO para comemorar e celebrar o Dia Internacional da Língua Materna.

Finalmente:
O Dia Internacional da Língua Materna constitui uma oportunidade para as pessoas do Teatro do Mundo inteiro, fazer compartilhar o carácter único de cada cultura, cujo o idioma é o vector. Os vocábulos, a língua assumem, outrossim, um papel chave no mundo do teatro.
Além disso, enquanto defensor dos direitos culturais de cada povo e da manutenção de uma universalidade, passando pela diversidade cultural, o IIT considera o Dia Internacional da Língua Materna como uma maravilhosa ocasião de cumprir este nobre objectivo e lança um apelo às comunidades teatrais através do Mundo para se associar a este Dia, tal como foi declarada pela UNESCO.
Com efeito, evidentemente, se as Línguas nacionais estão ameaçadas de extinção, são, ipso facto, os teatros nacionais que se encontram ameaçados. Donde, o IIT acredita sinceramente que o Teatro pode desempenhar um papel importante na preservação dos direitos das Línguas Maternas.

Lisboa, 20 Fevereiro 2009
KWAME KONDÉ

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